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Inovação no cooperativismo: Cooperativa dos Empreendedores e FCJ criam 1ª corporate venture builder do segmento

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O cooperativismo está atenuando o conservadorismo e abrindo espaço para a inovação, ampliando a colaboração com startups, é o que aponta uma pesquisa inédita realizada pela InovaCoop. E com o objetivo de articular a inovação no setor e conectar os agentes do ecossistema, a Cooperativa dos Empreendedores uniu esforços com a FCJ Venture Builder para lançar a primeira corporate venture builder voltada para cooperativas no Brasil. O foco principal é criar um ambiente para investimento em iniciativas de inovação, proporcionando competitividade e modernização ao setor. 

Com base no sexto princípio do cooperativismo, a corporate venture builder surge como um projeto de intercooperação. Segundo Ricardo Araújo, diretor-presidente da Cooperativa dos Empreendedores e idealizador da CooperUp Ventures, a corporate venture builder vai englobar, ao menos, 10 cooperativas na vanguarda de qualquer segmento que queiram se tornar cofundadoras. O programa vai selecionar startups que resolvam desafios específicos dessas cooperativas e que, consequentemente, possam levar suas soluções para o mercado em que estiverem inseridas.

A corporate venture builder cooperativa será a materialização da intercooperação como ferramenta de diversificação e ampliação de negócios entre as próprias cooperativas, um desejo latente de todo o segmento cooperativista brasileiro. Segundo o idealizador do projeto, esse ambiente de suporte a inovação pretende reunir cooperativas dos sete ramos (crédito; agropecuário; saúde; trabalho, produção de bens e serviços; consumo; infraestrutura e transporte) ao apostar na convergência de esforços, no compartilhamento de experiências e na mitigação dos riscos de investimento. Ainda, essa diversidade de possibilidades irá permitir a identificação de soluções comuns replicáveis em cooperativas de qualquer ramo e ao desenvolvimento de indicadores capazes de depurar o amadurecimento das cooperativas em suas jornadas para a inovação.

Dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro de 2022 apontam que o país tem cerca de 5 mil cooperativas registradas na base da Organização das Cooperativas Brasileiras. Desse total, mais de 2.500 cooperativas estão no mercado há mais de 20 anos, o que caracteriza a solidez e a sustentabilidade do movimento. Ainda segundo o Anuário, em 2021, o ativo total das cooperativas brasileiras atingiu a marca de R$ 784,3 bilhões, um aumento de 20% em comparação a 2020.

Inovação no cooperativismo brasileiro

Desafiadas pela pandemia do novo coronavírus, as cooperativas também tiveram de se reinventar e esse foi o momento em que muitas se tornaram mais atentas às necessidades de inovar. “Inúmeras cooperativas, extremamente conservadoras em seu modus operandi, tiveram de, rapidamente, fazer a conversão para o mundo digital, adotando ferramentas de assembleia digital, loja virtual, redes sociais, entre outros mecanismos que não eram uma prioridade”, ressalta o diretor da Cooperativa dos Empreendedores. “Foi nesse momento também que ganharam relevância as iniciativas de inovação realizadas isoladamente por algumas cooperativas singulares, que, pressionadas pela concorrência e pelos clientes, tiveram de iniciar algo neste sentido.”

“Atualmente, o ecossistema de inovação brasileiro desconhece as empresas cooperativas, tanto é que são raros os programas de aceleração que consideram o mercado das cooperativas como clientes ou como encapsulamento jurídico viável para uma startup”, explica Araújo. “Por isso, acreditamos na criação da CooperUp Ventures como catalisador desse processo de orquestração da inovação no cooperativismo.”

A pesquisa Inovação no Cooperativismo Brasileiro, realizada pelo Sistema OCB, traz luz sobre essa movimentação que vem acontecendo com o cooperativismo, assim como em todos os segmentos do mercado. De todas as cooperativas participantes, 84% consideram a inovação muito importante no cooperativismo e 47% aceleraram suas iniciativas de inovação por conta da pandemia.

O levantamento mostrou também que o principal desafio de 42% das cooperativas ao iniciar um projeto de inovação é a falta de é a falta de experiência e de foco na organização de ideias e projetos inovadores. Ainda, apenas 29% delas declararam destinar recursos específicos para a área de inovação. Uma interpretação para tais gargalos é a estrutura de gestão verticalizada e com excessos de hierarquias, o que diminui a agilidade na tomada de decisões voltadas para a inovação.

Nesse sentido, Araújo aponta que “a inovação realizada de forma desarticulada e isolada demora mais tempo para gerar retorno, por outro lado o investimento em inovação certamente será um motivo para retenção de talentos e rejuvenescimento do cooperativismo”. “A inovação tem uma capacidade imensa de trazer temáticas fundamentais para a modernização do cooperativismo, como diversidade, governança, ESG, Inteligência Artificial, entre outras, o que funciona para atrair os jovens para o segmento.”

Recentemente, o Marco Regulatório das Startups no Estado de Minas Gerais equiparou as cooperativas, habilitando-as legalmente a investir em soluções de inovação como forma de diversificação de negócios. “A CooperUp Ventures nasce para acelerar e complementar essas iniciativas com profissionalismo e foco por meio da experiência e credibilidade da FCJ Venture Builder somadas ao histórico cooperativo e de pioneirismo da Cooperativa dos Empreendedores”, pontuou o diretor-presidente da cooperativa.

O histórico da Cooperativa dos Empreendedores é de inovação. Em 2018, a cooperativa participou do edital da Belotur, com o aplicativo BHFolia, e foi premiada como melhor aplicativo do carnaval, recebendo um aporte financeiro da prefeitura e sendo o primeiro ensaio de uma cooperativa de plataforma na prática. Na última edição do Programa Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development (Seed 2022/2023), uma das startups impulsionadas pela cooperativa foi selecionada para a etapa de performance. “Essa seleção fez jus ao aporte de recursos públicos para a criação de uma cooperativa de plataforma para profissionais de hospitalidade”, explica. “Segundo informações da organização do programa, foi a primeira vez que uma cooperativa de plataforma foi selecionada para essa etapa.”

Novos horizontes para o cooperativismo

A CooperUp Ventures vai selecionar e desenvolver startups early-stage aplicando a metodologia de desenvolvimento de startups já validada pela FCJ Venture Builder. Atualmente, a multinacional mineira é líder de venture building na América Latina e conta com escritórios nos Estados Unidos e em Portugal. O grupo soma mais de 50 empreendimentos, com mais de 40 iniciativas de venture building em parceria com grandes corporações de diversos setores, como Algar Telecom, Federaminas, Grupo Mirante, CDL BH, Sistema FAEMG, entre outras. No ano passado, a companhia faturou R$ 80 milhões.

As startups selecionadas para o programa receberão apoio em back-office, terão acesso a networking global, rede de conselheiros e investidores, e a outros benefícios tecnológicos de parceiros para desenvolvimento das soluções. Além disso, a CooperUp Ventures acompanhará a trajetória das startups até atingirem as séries B/C de investimento.

Para as cooperativas, a colaboração com startups ajudará a implantar processos de inovação efetivos, em menos tempo, com redução de custos e limitando erros durante e após a implantação. Os benefícios vão desde explorar novas possibilidades de mercado e manter-se à frente de tendências de inovação até expansão de negócios e geração de valor para a cooperativa. Atendendo às recomendações do Programa de Desenvolvimento da Gestão das Cooperativas (PDGC), a  parceria com a FCJ reforça o movimento de melhoria contínua nos processos de gestão das cooperativas que passarão a integrar um amplo ecossistema de inovação sem perder os compromissos, a identidade e o propósito do cooperativismo.

Informações sobre o lançamento oficial da CooperUp Ventures e seleção de startups serão divulgadas em breve.

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