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Ruraltech usa Inteligência Artificial para levar tecnologia e qualidade de vida ao campo

Fuga pras Colinas surgiu no YouTube e hoje tem mais de 150 mil acessos mensais, 200 mil seguidores e mais de 10 mil clientes no Brasil.

A startup ruraltech Fuga pras Colinas foi uma das três finalistas da segunda edição do Startup Race, uma competição entre as startups da rede FCJ Group que aconteceu durante o Minas Summit, em Belo Horizonte. Situada em uma cidade no interior de São Paulo que tem 8 mil habitantes, a startup atende mais de 10 mil clientes que vivem do campo, tem mais de 150 mil acessos mensais no YouTube e mais de 200 mil seguidores nas redes sociais.

A ruraltech leva soluções para os produtores rurais e famílias que buscam uma melhor qualidade de vida no campo. A empresa, que tem parceria com fornecedores exclusivos, faz testes de itens que atendem às dores de quem está no campo e realiza a venda dos produtos via marketplace.

“Muitas startups cuidam da produção e da venda de insumos agrícolas e pecuários, mas existe um ponto descoberto: o bem-estar do produtor rural e da família”, pontua Arthur Cursino, CEO da Fuga pras Colinas. “Se o filho dele não consegue assistir ao YouTube, se a esposa não consegue assistir à novela, é um problema. Se o sinal de internet é ruim, como ele vai utilizar câmeras para monitoramento ou vídeochamadas? Tecnologia não falta, mas não são todas que funcionam no campo e é por isso que realizamos testes antes da venda.”

Inteligência artificial e vida no campo

A empresa leva o conceito de lean startup à risca: o time é composto pelo CEO e ferramentas de inteligência artificial, e hoje busca facilitar não só o trabalho rural, mas também a vida de quem escolheu morar no campo. “Eu fiz o caminho inverso e decidi morar no campo em 2017, então as pessoas começaram a me perguntar como levar internet para o pasto, para a lavoura, como melhorar o sinal de telefone, pediram indicações de câmeras de monitoramento… Foi quando criei o canal no YouTube e comecei a gravar os vídeos”, explica Cursino.

“Por ser uma startup rural, nossa maior dificuldade é encontrar mão de obra e ter acesso à infraestrutura. Na cidade onde moro, não temos transportadoras e os Correios abrem duas vezes na semana. Por conta das limitações, fomos buscando formas de criar uma empresa enxuta e mais automatizada. O atendimento ao cliente, a produção de conteúdo e de anúncios, por exemplo, são realizados 90% via Inteligência Artificial. Hoje, nós temos parceiros, para a parte administrativa e de análise de dados, por exemplo, mas não temos um time interno.”

Para Arthur, “os investidores ainda não entendem a realidade de um fundador único empreendendo com IA, mas ainda somos os pioneiros, e essa realidade vai se intensificar cada vez mais”.

Em 2023, a startup passou integrar o portfólio da NovoAgro Ventures, uma corporate venture builder idealizada pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES, em parceria com a FCJ Group, que tem como foco transformar o agronegócio no Brasil por meio de novas tecnologias. Em menos de um ano, a Fuga pras Colina atingiu a marca de 10 mil clientes e aumentou em 10 vezes o faturamento.

“Apesar de não termos equipe interna, ter parceiros é importante, principalmente uma corporate venture builder exclusiva para o agro, que coloca seu negócio em contato com empresas com as mesmas dificuldades. Nós fomos a única startup rural do Startup Race e ficamos na terceira colocação, e isso só foi possível porque a NovoAgro Ventures nos apoiou”, pontua o CEO. 

Expansão internacional e ampliação no Brasil

Com a abertura de mercado e crescimento gerado junto à NovoAgro Ventures, a ruraltech iniciou o processo de internacionalização e hoje atende clientes no México. “Os problemas dos produtores rurais de lá são os mesmos daqui, então, para o segundo semestre, queremos intensificar nossas ações internacionais”, explica Arthur.

No Brasil, a startup vê oportunidades de ampliação por meio da oferta de produtos e serviços complementares, como a oferta de linhas de crédito, consórcios e seguro rural, além de novas parcerias com startups e fornecedores. “Nós já vendemos os equipamentos e oferecemos suporte para instalação correta, agora vamos sanar outras dores dos produtores e famílias do campo.”

“Empreender no rural, seja tradicionalmente ou no digital, é muito mais difícil e quem olha de fora, às vezes, nem sabe o quão difícil é e como estamos limitados de infraestrutura, por isso o espírito empreendedor precisa ser muito forte e é o que também tentamos passar não só para os clientes, mas para cada pessoa que acessa a Fuga pras Colinas pelo YouTube ou pelas redes sociais”, finaliza Arthur.

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