FCJ

Cleantechs: conheça as startups que unem inovação e sustentabilidade

Cleantechs: conheça as startups que unem inovação e sustentabilidade

 

Num mundo em que a extração de recursos naturais — dando ênfase aos combustíveis fósseis, aos minerais e à biomassa — mais que triplicou nas últimas quatro décadas, a inovação e a sustentabilidade tornam-se indispensáveis. 

Dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) mostram que se, em 1970, a média anual de extração de recursos naturais era de 22 bilhões de toneladas, na década passada, 2010, esse número chegou à casa dos 70 bilhões de toneladas. Esse resultado foi maior que o crescimento populacional e da própria economia global, o que aponta que estamos nos comportando como sociedade de maneira ineficiente

Como forma de solucionar essa constante necessidade por recursos e de buscar meios de evitar os impactos que essa extração causa ao ecossistema surgiram as cleantechs, startups que unem inovação e sustentabilidade. E é sobre elas que falaremos neste artigo. Confira!

O conceito de cleantech

De acordo com o estudo “Impacto do Ecossistema de Startups no Setor Elétrico Brasileiro”, realizado pela FGVces, a COPPE/UFRJ, a ABStartups, a EDP e a Statkraft, e viabilizado pelo Programa P&D ANEEL, para ser caracterizada como uma cleantech, a startup precisa atender a três requisitos básicos:

  • fazer mais com menos;
  • ser menos poluente;
  • possuir modelo(s) de negócio(s) rentável(is).

Dessa forma, o maior objetivo dessas empresas é reduzir o impacto socioambiental gerado pela ação humana por meio da inovação, seja pela criação de novos modelos de negócio, novos produtos ou processos ou até mesmo métodos. 

Ainda com base na pesquisa, as cleantechs, conhecidas também como startups verdes ou de tecnologia limpa, atuam em campos como eficiência energética, energia solar, gestão de resíduos, reciclagem, construção verde etc. 

As tecnologias aplicadas

Para promover a inovação pautada na sustentabilidade, muitos empreendedores fazem uso de tecnologias capazes de aumentar a produtividade e a eficiência dos processos ao mesmo tempo em que reduzem custos e evitam desperdícios. Algumas delas são:

  • internet das coisas;
  • coleta de dados;
  • inteligência artificial;
  • uso de drones;
  • big data;
  • construção modular sustentável;
  • biotecnologia;
  • algoritmos, entre outras.

As dificuldades desse mercado

Essas startups encontram um árduo caminho pela frente dada a dificuldade de impulsionamento do setor gerada pela necessidade de longos períodos de estudo e desenvolvimento das soluções.

Um exemplo é o fato de 39% dessas empresas atuarem no vermelho. De acordo com o estudo citado anteriormente, “[…] existem várias startups em fase de desenvolvimento operando com dinheiro em caixa devido aos aportes financeiros de investidores-anjo, mas que ainda não atingiram o break even point” — momento quando a receita supera os custos.

O impacto das cleantechs para as empresas

As empresas são cada dia mais influenciadas por questões ecológicas e sociais, fazendo com que a ideia de que o objetivo único do negócio é produzir lucro evolua. Dessa forma, a ética, a responsabilidade social e o meio ambiente são pautas que devem estar presentes nas empresas que buscam se diferenciar no mercado. 

Mais do que isso, a ética nos negócios acontece quando as decisões são tomadas pensando em todos aqueles (ou aquilo) que fazem parte do negócio, o que abre espaço para a diversidade de gênero, a eliminação de preconceitos e o cuidado com a comunidade, por exemplo.

O estudo “Impacto do Ecossistema de Startups no Setor Elétrico Brasileiro” aponta que 71% das startups de cleantech são empresas B2B (business to business), ou seja, grande parte dessas soluções são voltadas para empresas que, de uma forma ou outra, precisam atender não só a uma exigência maior da legislação em relação à eficiência atrelada à questão ambiental, mas também aos novos perfis de consumidores que surgiram nas últimas décadas (pessoas mais comprometidas com a transformação socioambiental).

Contudo, é preciso dar atenção às empresas que realmente tomam partido das questões ambientais e não apenas se aproveitam de uma tendência do século. O “greenwashing”, conhecido também como “lavagem verde”, vem sendo adotado por diversas instituições (empresas, ONGs e até governos) para mascarar suas ações. Adotando diálogos, ações, documentos e propagandas de proteção ambiental, essas instituições passam uma ideia que, na prática, não acontece.

Ramos de atuação das startups verdes

As cleantechs possuem um longo raio de atuação, que perpassa por diversos segmentos, como:

  • energia limpa;
  • armazenamento de energia;
  • eficiência;
  • transporte;
  • ar e meio ambiente;
  • indústria limpa;
  • água; 
  • construção civil e
  • agricultura sustentável.

As cleantechs ou startups verdes seguem em crescimento no Brasil, principalmente no eixo Sul-Sudeste, regiões que concentram maior parte dessas iniciativas, lideradas, principalmente, por grandes universidades.

Por fim, ainda que essas empresas tenham um faturamento anual na casa dos 100 mil reais — dado da pesquisa Impactos do Ecossistema de Startups no Setor Elétrico Brasileiro —, muitas ainda não encontraram ponto de equilíbrio financeiro. Contudo, por outro lado, há cleantechs que receberam aporte de mais de R$ 1 milhão, o que demonstra o potencial do setor.

Gostou deste artigo? Então leia nosso próximo conteúdo e descubra o que é venture builder e como essas organizações auxiliam startups!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

AssuntosRelacionados

Recentes

Cases de sucesso

Rolar para cima