FCJ

A inovação nas grandes empresas: desafios, soluções e visão de futuro

a-inovacao-nas-grandes-empresas-desafios-solucoes-e-visao-de-futuro

Em painel do Minas Summit, representantes do MaterDei, ArcelorMittal e MRV falam sobre os caminhos para inovar em organizações de setores mais tradicionais

Foi-se o tempo em que falar de inovação digital era associado apenas ao ambiente “cool” das startups. A ideia de disrupção e/ou transformação de modelos de negócios ganhou, ao longo da última década, um lugar importante nas empresas de setores tradicionais. Nesse movimento, algumas se destacam por apresentarem projetos muito bem sucedidos, como é o caso da MRV, da Rede Mater Dei e da ArcelorMittal. Esses cases foram apresentados no painel “Como as grandes empresas têm feito a inovação acontecer”, realizado durante o Minas Summit, um dos maiores encontros de inovação do estado realizado pela FCJ Venture Builder e o Órbi Conecta, no dia 30 de junho, no Minascentro (BH).

O mediador do debate foi o CEO da Inventta, Vinícius Scarpa, que pediu aos representantes das empresas para comentarem os principais desafios de se implementar um projeto de inovação em uma grande empresa. Ele também perguntou sobre as soluções que eles têm encontrado nos últimos anos para fazer frente a esses desafios, além de suas visões de futuro para inovação em seus setores.

MaterDei

gerente de inovação e novos negócios MaterDei, Matheus Junqueira, destacou que o principal desafio da organização passa pela experiência dos clientes. O que, no caso de um hospital, torna-se um problema ainda maior, levando em consideração que ninguém gostaria de estar nesse ambiente. Segundo ele, para suportar as mudanças de um mundo digital e trazer inovação para os seus processos, o hospital está passando por um processo de transformação digital.

Matheus Junqueira – Gerente de inovação e novos negócios MaterDei – Foto Camila Rocha
Matheus Junqueira – Gerente de inovação e novos negócios MaterDei – Foto: Camila Rocha

“A transformação digital do MaterDei vem no sentido de estruturação de dados, suporte da operação que está crescendo e também investimento em novos negócios em áreas adjacentes. A pandemia acelerou o processo de digitalização em todas as áreas da saúde, como hospitais, laboratórios e farmácias, mas ainda há muito desperdício de recursos porque falta colaboração e compartilhamento de dados entre essas áreas”, disse.

Dentro desse processo de transformação digital, ele citou alguns projetos do hospital como a plataforma digital de saúde “Meu Materdei” que melhora a jornada dos pacientes que precisam de cirurgia e um sistema de inteligência artificial que ajuda a organizar e dar mais eficiência à gestão de escala de enfermagem. Sobre o futuro, Matheus citou soluções que ajudam a melhorar a experiência da operação hospitalar e um sistema inteligente para relacionamento com a equipe médica.

ArcelorMittal

Já o gerente geral de inovação, novos negócios e Açolab Ventures da ArcelorMittal, Rodrigo Carazolli, destacou o desafio de implementar a cultura da inovação em uma empresa tão grande. “A cultura é uma das chaves da inovação porque as pessoas podem ser um grande alavancador de uma ideia ou jogar qualquer estratégia no chão. A tecnologia é o habilitador da inovação, mas tem que ser focada nas pessoas. Afinal, é a partir delas que a gente entende jornada, dificuldades, atritos e, a partir disso, desenvolve soluções inovadoras”, frisou.

Rodrigo Carazolli – Gerente geral de inovação, novos negócios e Açolab Ventures da ArcelorMittal – Foto Camila Rocha
Rodrigo Carazolli – Gerente geral de inovação, novos negócios e Açolab Ventures da ArcelorMittal – Foto: Camila Rocha

Rodrigo também destacou outro desafio que é transformar ideias em ações práticas. “Inovação também é processo. Isso quer dizer que, em algum momento, a gente tem que tirar o postit da parede e transformar em realidade. Inovação é operação, tem a ver com resultado e entrega”, disse.

Entre as soluções criadas pela Arcelor, o gerente citou a rede de embaixadores de inovação, que envolve funcionários de diferentes áreas da empresa. São pessoas que acreditam na inovação, querem ajudar a empresa a se transformar por meio de projetos e reverberam o mindset da inovação. Segundo ele, a empresa tem diversas outras ações de inovação aberta, além de um fundo de investimento focado em startups.

Sobre o futuro da inovação na Arcelor, Rodrigo destacou o movimento pela descarbonização. “A empresa assumiu compromisso de ser carbono neutro até 2050 e está investindo em inovação nesse sentido”, concluiu.

MRV

diretor de tecnologia e transformação digital da MRV&CO, Reinaldo Sima, acredita que o principal desafio de fazer inovação passa pelo entendimento da razão pela qual a empresa inova. “Propósito é a chave: por que você faz? Se não for puxado por um foco bem direcionado, não faz sentido. No nosso caso, o que nos move fazer inovação é pensar qual é o futuro da habitação e como MRV pode contribuir com esse futuro, tanto para o seu próprio negócio, quanto para a realidade da moradia no Brasil”, disse.

Reinaldo Sima, Diretor de tecnologia e transformação digital da MRV & CO – Foto Camila Rocha
Reinaldo Sima | Diretor de tecnologia e transformação digital da MRV&CO – Foto: Camila Rocha

Nesse sentido, a empresa tem pensado na jornada do cliente no pós entrega das chaves do imóvel com soluções que o apoiam, mas que também geram novas fontes de receitas para a companhia. A empresa também está focada em novas soluções para a vida em condomínio, a fim de oferecer uma experiência de moradia mais gratificante e completa aos seus clientes.

“Estamos pensando em como transformar os condomínios em cidades inteligentes. E, quando falamos de futuro, enxergo a MRV nesse movimento de sair do foco em unidade de apartamento e entrando nessa lógica de cidade inteligente, transformando a maneira como a habitação é entendida no Brasil”, disse.

O Ceo da Inventta, Vinicius Scarpa, finalizou o debate lembrando que as ideias de “foco” trazida por Reinaldo e de “processo” comentada por Rodrigo às vezes são descartadas no mundo da inovação por serem confundidas com algo inflexível. Mas, ele destaca que para inovar é necessário, sim, um pouco de formatação. “Quando a gente fala que a inovação tem foco, às vezes nos criticam dizendo que estamos querendo colocar as coisas em caixas, mas ter foco aumenta a assertividade dos esforços. Outra questão é: a ideia é importante, mas sozinha não entrega resultado, então ela precisa de um processo”, concluiu.

Vinicius Scarpa  Ceo da Inventta – Foto Camila Rocha
Vinicius Scarpa | Ceo da Inventta – Foto: Camila Rocha

A 1ª edição do Minas Summit foi realizada pela FCJ Venture Builder e Órbi Conecta, patrocinada por Framework, Board Academy, Zendesk, Yazo, Grant Thornton, SEBRAE, Codemge, Governo de Minas Gerais, Minascentro e Prefeitura de Belo Horizonte. Em 2024 tem mais. A 2ª edição do Minas Summit acontecerá nos dias 28 e 29 de junho, no Minascentro, no Centro da capital mineira. Acompanhe mais informações por meio do site www.orbi.co e www.sanpedrovalley.org.br. Se você é integrante do ecossistema de inovação de Belo Horizonte, não deixe de se cadastrar nos portais. 

Fonte: www.orbi.co

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

AssuntosRelacionados

Recentes

Cases de sucesso

Rolar para cima