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Aliança entre corporações e startups: por que elas precisam umas das outras?

No universo corporativo moderno, a balança do poder de mercado está pendendo para startups ágeis, empresas que conseguem implementar novas tecnologias digitais, resolver dores de mercado e, ainda, nivelar a concorrência. 

Grandes e tradicionais corporações enfrentam desafios para manterem-se competitivas, já que propor inovações, seja em produtos ou serviços, de operação, em marketing ou na cultura corporativa, se tornou cada vez mais difícil, principalmente sem o apoio de um ecossistema externo. 

Criar alianças entre corporações e startups é essencial para o sucesso dos negócios no mundo atual. Incubadoras, aceleradoras e hubs de inovação continuam sendo opções populares para fomentar essa conexão, entretanto, com as transformações de mercado nos últimos anos, o modelo Open Corporate Venture Building se tornou a estratégia mais viável para o desenvolvimento de relações baseadas na compreensão mútua e no compartilhamento de objetivos.

Neste artigo, vamos explorar os benefícios dessa aliança, os desafios a serem enfrentados e como corporações e startups podem utilizar recursos umas das outras para alcançar o crescimento exponencial.

Benefícios da aliança entre corporações e startups

Na última década, as empresas vêm enfrentando desafios complexos na implementação de inovações reais nos negócios — seja para transformar o core business ou para expandir as operações para novos mercados — e impulsionar sua próxima fase de crescimento.

Por outro lado, as startups precisam cada vez mais do apoio de companhias já estabelecidas para testar e validar suas soluções. Uma boa relação com uma corporação pode abrir portas estratégicas para uma startup, desde adoção da solução, possíveis investimentos, garantia de acesso ao mercado e possível compra da empresa no futuro.

Na prática, existem diversos benefícios de uma aliança entre corporações e startups, sendo o principal a geração de inovação real para a companhia. Se de um lado temos uma empresa ágil e aberta ao risco, de outro temos uma empresa sólida e com amplo acesso ao  mercado. Ao trabalharem juntas, a startup pode explorar o potencial da empresa, enquanto a corporação aproveita a agilidade da startup para inovar e criar novos produtos ou serviços ao mercado.

Outro benefício do relacionamento entre empresas estabelecidas e startups é a aprendizagem mútua e o compartilhamento de conhecimento. As startups têm acesso à experiência corporativa do seu setor, e as empresas podem aprender sobre tecnologias emergentes, cultura de inovação e diferentes meios de disrupção. Para ambos os lados, essa pode ser uma estratégia válida de crescimento.

É importante considerar que o relacionamento entre corporações e startups pode levar a maiores oportunidades de investimento e financiamento. As empresas podem fornecer às startups financiamento, orientação e acesso a novos investidores. Por sua vez, as startups podem oferecer novas ideias e inovação às empresas, gerando novos fluxos de receitas e oportunidades de crescimento.

Essa aliança também pode colaborar para a criação de uma cultura de colaboração e confiança. Ao trabalharem juntas, startups e empresas podem construir relacionamentos duradouros baseados no respeito mútuo e em objetivos compartilhados. O resultado: colaborações mais produtivas e eficazes, fortalecimento do ecossistema de inovação interno e externo às companhias e transformações positivas em toda a cadeia do negócio.

Do lado corporativo, o imperativo da parceria é levar soluções aos clientes de forma muito mais rápida, eficiente e econômica do que tentar fazer tudo sozinho. Para startups, essa conexão oferece acesso a conhecimento, especialistas, canais de distribuição, preços ou dados e, muitas vezes, acesso a projetos interessantes ou problemas difíceis de resolver.

Superando desafios

Ainda que, na teoria, essa relação seja simples, na prática podem surgir ruídos e desafios a serem superados, uma vez que estamos falando sobre empresas que estão em seu total oposto — de um lado, pequenas companhias ágeis, flexíveis e disruptivas, que não temem o erro; de outro, grandes companhias tradicionais com hierarquias verticais, estruturas consolidadas e burocracias. É preciso preencher a lacuna cultural entre os dois lados.

Além disso, existe o desafio de gerenciar expectativas. As startups muitas vezes têm grandes expectativas de crescimento e sucesso, enquanto as empresas podem ter objetivos mais modestos. Na prática, é necessário garantir que ambas as partes trabalhem visando um objetivo comum.

A parceria exige foco, disciplina e comprometimento para ter sucesso, o que depende da criação de um cenário vantajoso para todos, com compromisso igual de ambos os lados. Nesse cenário, para reduzir o risco de distração e perda de tempo, as startups devem ter definições claras de progresso e próximos passos dos parceiros empresariais, e as companhias devem buscar implementar formas de envolvimento mais ágeis e leves que incorporem uma tolerância ao fracasso.

Recursos necessários

O principal recurso para o sucesso dessa aliança é ter uma equipe dedicada de profissionais para administrar o relacionamento e facilitar a comunicação entre os dois grupos. Esta equipe deve ter um conhecimento profundo do ecossistema de startups e da cultura corporativa. Aqui entra o modelo de inovação corporativa “Open Corporate Venture Building”.

Na prática, o corporate venture building se refere a empresas já estabelecidas criarem uma nova organização do zero. O objetivo de uma CVB (corporate venture builder) é aproveitar oportunidades ainda inexploradas além do negócio atual e utilizar os novos produtos ou serviços desenvolvidos (startups) para solucionar problemas internos, do mercado ou de ambas as partes.

Para isso, é criada uma nova marca e uma equipe própria deve ser contratada para as operações da CVB, incluindo CEO, agentes de inovação, times de marketing e administrativo, entre outros profissionais a depender do modelo de CVB adotado. Ainda, deve-se planejar um fluxo operacional que permita a iniciativa se manter por vários anos, entre 5 a 10 anos.

Desenvolver startups é um processo arriscado, já que nem todas terão sucesso. Por isso, ao adotar o modelo Open Corporate Venture Building, há uma avaliação criteriosa das startups que farão parte do portfólio. Mais uma vez, ter um time especializado em seleção e avaliação de startups é crucial para o êxito de uma CVB.

Além disso, ao longo prazo, incorporar as soluções das startups à infraestrutura da corporação pode ser complexo, principalmente em termos tecnológicos. Mais uma vez, equipes dedicadas a essa integração podem garantir uma transição suave.

Colaborar com startups — e desenvolvê-las — não é um modismo passageiro. Startups são ágeis e capazes de inovar rapidamente, uma vez que não estão atreladas a estruturas organizacionais burocráticas. Abertas à experimentação, adaptação e implementação de novas ideias, elas vêm desenvolvendo soluções para todos os setores. As companhias estabelecidas ganham em adotar essas tecnologias, colocando-se à frente da concorrência.

Para a corporação, criar boas conexões com startups também pode:

  • gerar uma transformação cultural no longo prazo, com foco em inovação;
  • garantir acesso a novos mercados e nichos inexplorados anteriormente;
  • garantir uma redução de custos e melhorias operacionais, já que startups podem oferecer soluções específicas e mais econômicas;
  • aprimorar a experiência do cliente por meio das inovações geradas pelas startups.

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