As startups vêm desafiando a forma como empresas tradicionais tocam seus negócios, e não é para menos: no Brasil, o ecossistema de startups vem batendo recordes. Só nos primeiros cinco meses de 2021, os valores aportados em startups brasileiras foram equivalentes a 90% dos aportes realizados em todo o ano de 2020.
De grande importância para a renovação e desenvolvimento do mercado, as startups são hoje uma das principais formas de empresas já consolidadas investirem em inovação. Na América Latina, por exemplo, gigantes como Petrobrás, Bimbo, Itaú e Falabella, apenas para citar alguns nomes, uniram-se a startups para inovar.
Corporate Venture Builder é o nome desse modelo que leva empresas já consolidadas a colaborarem com startups, e seu principal objetivo é transformar as corporações por meio da inovação. Saiba mais sobre o assunto lendo este artigo até o fim!
O que é Corporate Venture Builder
Conforme as empresas vão amadurecendo, seu crescimento tende a cair, o que abre espaço para uma defasagem de mercado. Sendo assim, mais do que simplesmente pensar em formas de se manter competitivas no presente, as organizações precisam encontrar meios de se sustentar também no futuro. E a inovação é a chave para isso.
Veja os cases de sucesso da Farma Ventures e da Varejo Ventures.
O Corporate Venture Builder, portanto, visa levar às grandes corporações uma alternativa para a aproximação com as startups, saindo dos tradicionais programas de aceleração corporativa, labs, Venture Capital ou Venture Client, que são boas iniciativas, mas que podem não dar certo porque startups e corporações têm metas incompatíveis.
Nesse contexto, grandes corporações inovam em questões como melhoria de processos e otimização de modelos de negócios, mas geralmente são lentas para melhorar mudanças radicais, que têm um impacto real em suas estratégias no longo prazo.
Dessa maneira, as corporações geralmente acham difícil alcançar o horizonte disruptivo, que é o que as startups fazem de melhor por vários motivos, seja pelo fato de terem maior agilidade nos processos, pela sua abertura ao risco ou pelo uso de novas tecnologias.
Vamos analisar o modelo de Corporate Venture Builder proposto pela Byld:
“[…] de acordo com a estrutura de inovação da McKinsey, existem três horizontes de inovação: incremental, emergente e disruptivo. Combinamos as oito iniciativas de inovação mais comuns das corporações nesses níveis, a fim de compará-las […]”. Veja a tabela abaixo:
A Byld continua a sua análise e propõe uma comparação em 6 outras dimensões:
É possível observar que o modelo Corporate Venture Builder está mais próximo de um potencial disruptivo, além de também promover a geração de um novo core business, isto é, uma nova atividade central da corporação. Além disso, esse modelo, em comparação a outros, ajuda a mitigar riscos de inovação baseando-se em um forte alinhamento estratégico e na integração da companhia.
O CVB na prática
Para exemplificar esse modelo, imagine que uma instituição varejista busca formas de inovar, mas percebe que sozinha ela não conseguirá os recursos — financeiros, humanos e tecnológicos — necessários para tal. Para alcançar seus novos objetivos, essa empresa busca por uma Venture Builder, organização especializada em inovação.
A partir daí, as duas organizações alinham seus objetivos e, juntas, fundam uma terceira empresa, a Corporate Venture Builder, que selecionará no mercado startups capazes de propor soluções para as dores daquela instituição varejista, além de levar essas soluções para o mercado posteriormente, se assim decidir.
As Corporate Venture Builders podem atuar de forma distinta em alguns quesitos, mas seu principal objetivo é desenvolver novas soluções inovadoras e, para isso, elas dão às startups todo o apoio necessário para crescerem. Nesse sentido, os empreendedores das startups ocupam-se com atividades ligadas ao desenvolvimento das soluções, enquanto a CVB atua em questões mais burocráticas e estratégicas.
1 comentário em “Corporate Venture Builder: o modelo de inovação corporativa que veio para ficar”
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