Na história da medicina, o câncer sempre provocou muito medo, principalmente em épocas em que não havia tecnologia para o diagnóstico precoce da doença. Mas mesmo com os avanços tecnológicos em saúde e com o aumento de bons prognósticos de pacientes oncológicos, outros fatores ainda inviabilizam a descoberta e o tratamento precoce de câncer em milhares de pessoas.
Assim acontece com o câncer de próstata, o segundo tipo de câncer que mais afeta a população masculina. Isso porque, na grande maioria dos casos, a nossa própria construção cultural é colocada acima dos cuidados com a saúde, além de outros fatores, como questões psicológicas e a faixa etária que desenvolve a doença (geralmente acima dos 50 anos).
No Brasil, a cada 38 minutos um homem vai a óbito devido ao câncer de próstata, e a estimativa para o triênio 2020-2022 foi de que, a cada ano, surgiriam mais de 65 mil novos casos, segundo o Instituto Nacional de Câncer. Esses números levaram ao surgimento do Novembro Azul, uma campanha em nível nacional que tem como objetivo desmistificar mitos sobre a doença e alertar sobre a importância do diagnóstico precoce.
A população mais afetada pelo câncer de próstata
Culturalmente, a figura masculina sempre foi vista como aquela que não adoece, que não tem medo, que não demonstra emoções nem que tem uma rotina de autocuidado. Infelizmente, esse modo de compreender a masculinidade trouxe consigo preconceitos e estereótipos que prejudicam a vida dessa população.
Estudos apontam que o câncer de próstata é a principal causa de morte de pacientes oncológicos do sexo masculino e que, muitas vezes, isso decorre de um diagnóstico tardio resultante de preconceito quanto ao exame de toque retal.
No geral, homens acima de 50 anos devem realizar exames preventivos anualmente e, caso haja algum sinal de alerta, exames mais específicos devem ser feitos, como a dosagem de PSA (antígeno prostático específico) e o toque retal.
Ainda que a prevenção contra o câncer de próstata deva ser iniciada aos 50 anos, homens negros precisam estar atentos, ao menos, cinco anos antes, já que, por questões genéticas e desigualdades sociais, a doença se desenvolve mais rapidamente nessa população.
O portal Yahoo selecionou alguns estudos que comprovam que as condições sociais de pessoas negras as levam a realizar menos exames de rastreamento, o que gera diagnósticos tardios, já em estados avançados da doença. No Brasil, cerca de 60% dos casos de câncer de próstata são em homens negros.
A importância do diagnóstico precoce
O diagnóstico precoce identifica a doença antes que ela atinja estágios mais avançados, sendo de extrema importância para otimizar e facilitar o tratamento, aumentando as chances de cura. Geralmente, quando pacientes do sexo masculino procuram por um urologista, biópsias, ultrassom, o exame PSA e o de toque retal fazem parte da conduta médica.
Ainda que pouco aceito entre os homens, a principal função do toque retal é avaliar a forma, a consistência e o tamanho da próstata, com o objetivo de identificar possíveis nódulos.
O diagnóstico precoce, portanto, possibilita a identificação da doença ainda nos estágios iniciais e aumenta as chances de cura em até 90%.
Novembro Azul
Durante o mês de novembro, diversas campanhas, em organizações públicas e privadas, são realizadas em todo o país a fim de conscientizar a população. Na FCJ Venture Builder, haverá uma palestra no dia 16 de novembro, às 15h.
Em “Não ao tabu: pela prevenção do câncer de próstata”, Ike Yagelovic, que é Diretor de Conteúdo e Programação EMC na Rede Minas e Rádios Inconfidência FM e AM e que foi diagnosticado com câncer de próstata aos 48 anos, compartilhará seu relato, além de apresentar outros dados relevantes sobre o tema.
Para participar do evento, que será transmitido ao vivo, faça sua inscrição aqui. E você também pode acompanhar mais notícias da campanha Novembro Azul nas redes sociais da FCJ Venture Builder.