Debate no Minas Summit reuniu representantes de grandes empresas mineiras que passaram pelo processo de digitalização do seu modelo de negócios
Na corrida pela transformação digital, grandes corporações de diferentes setores apostam em parcerias estratégicas, aquisição de novas tecnologias e implantação de métodos que prometem transformar seus modelos de negócios. Mas, no meio de tantas ações, uma parece ditar as regras desse processo de digitalização: a construção de uma cultura que seja aberta à inovação.
Esse foi o tema de um dos painéis do 1º Minas Summit, encontro de inovação realizado pela FCJ Venture Builder e o Órbi Conecta, no dia 30 de junho, no Minascentro (BH). Mediado pela CEO do Órbi, Dany Carvalho, o debate contou com a participação do CTO da Localiza, André Petenussi; do CTO do Inter, Guilherme Ximenes; do Head de operações da Framework Digital, Marcelo Borba; e do CEO da Mundiale, Gustavo Pena.
Dany Carvalho abriu o painel lembrando que “cultura é o que torna empresa única, o que não se copia”. Ela destacou que, em tempos de economia digital, as empresas precisam cultivar uma cultura aberta à inovação e convidou os participantes a compartilharem como eles têm feito isso em suas organizações.
Gustavo lembrou que o processo de transformação digital da Mundiale foi desafiador, uma vez que as origens da empresa não tinham muita conexão com o mundo digital. Há 22 anos, quando foi criada, a Mundiale era uma corretora de seguros, que depois se transformou em um calll center para só depois, se tornar uma empresa de tecnologia especialista em canais conversacionais.
“Foi um desafio enorme transformar um call center ancorado em relacionamento por ligações massivas e reaprender um novo caminho no digital. É claro que houve muita luta na empresa, principalmente de pessoas que estavam lá há 10 anos fazendo a mesma coisa. Mas, as que compraram a ideia se transformaram junto com a companhia e avançaram muito em suas carreiras. Então, sim, cultura é uma das coisas mais importantes na transformação digital”, destacou. Para ele, a firmeza da alta liderança nesse processo foi essencial para que a transformação acontecesse.
No Inter o processo de digitalização do negócio também trouxe transformações profundas para o negócio, principalmente nas áreas de armazenamento de dados, processos ágeis e pessoas, conforme explica Guilherme. Segundo ele, a aproximação da empresa com a comunidade do San Pedro Valley foi essencial para entender possibilidades de inovação.
“Nessa parte de cultura eu destaco a abertura da empresa para o erro. Isso é essencial: temos que dar espaço para testar e validar se a ideia é boa ou não. Essa cultura ajuda a criar novos produtos e soluções”, afirmou.
Segundo o CTO da Localiza, a empresa também vive um processo de transformação digital há cerca de cinco anos. Com um setor de tecnologia que saiu de 200 colaboradores para mais 1500, a companhia encontrou no digital caminhos para melhorar a experiência do cliente, aperfeiçoar a própria operação e encontrar novas fontes de receita. E toda essa transformação está ancorada na ideia de que a Localiza é muito mais que uma empresa de aluguel de carros: é uma companhia que apoia a jornada de mobilidade dos seus clientes.
“Nesse processo, a cultura é muito importante e sempre vem acompanhada de desafios na área de pessoas. Por exemplo, há quatro anos todo mundo tinha que trabalhar com roupa social na Localiza, mas isso mudou, o que fez com que a empresa tivesse acesso a um outro pool de talentos. Hoje, o time também está de home office e isso nos obrigou a criar mecanismos de gestão apropriada”, exemplificou.
Focada no desenvolvimento de soluções digitais para empresas, a Framework Digital acompanha de perto todo esse processo de digitalização das empresas, conforme explica Marcelo Borba. Mas ele lembra que a própria Framework também tem seus desafios. “Como uma empresa b2b de produtos digitais precisamos inovar para que o cliente do nosso cliente sinta a inovação. Isso é um desafio porque atendemos empresas de segmentos muito diferentes, mas usamos a inteligência coletiva e acumulada de cada case para entregar produtos cada vez mais inovadores”, destacou.
A 1ª edição do Minas Summit foi realizada pela FCJ Venture Builder e Órbi Conecta, patrocinada por Framework, Board Academy, Zendesk, Yazo, Grant Thornton, SEBRAE, Codemge, Governo de Minas Gerais, Minascentro e Prefeitura de Belo Horizonte. Em 2024 tem mais. A 2ª edição do Minas Summit acontecerá nos dias 28 e 29 de junho, no Minascentro, no Centro da capital mineira. Acompanhe mais informações por meio do site www.orbi.co e www.sanpedrovalley.org.br. Se você é integrante do ecossistema de inovação de Belo Horizonte, não deixe de se cadastrar nos portais.
Fonte: www.orbi.co